a mim,
contigo,
escancaro a capacidade
de te olhar
e te ouvir falar
por horas
sem me ofender
com os amores passados
os vividos,
os experimentados.
Sem me ofender
com os amores de hoje,
aqueles que,
num relance,
se apaixona
e se sonha
uma vida.
Te ouço falar
do amar,
do sonhar,
do perder,
do trair.
Te ouço falar do prazer,
não com desprezo,
tampouco com nojo
ou fascínio.
Te ouço falar com desejo
o desejo que sente
e que sentiu
por outras mulheres,
minhas irmãs.
E isso não me enciuma
e isso não me ofende,
nem deveria,
não tem porquê.
Teu amor por elas
o que já foi,
o que ainda é,
o que um dia poderá ser
alimenta,
de forma peculiar
o meu amor por ti.
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