Eu vou te olhar com olhos de sol, acalorados, te fazendo cafuné com o olhar. Vou ter um sorriso bobo estampado no rosto (um que eu vou tentar conter e acreditar piamente que vou estar conseguindo) enquanto te fito com meu jeito torto. Vou acompanhar teus olhos se fechando quando você abre um sorriso gostoso e nem vou perceber meus lábios acompanhando os teus abrindo um sorriso daqueles que fazem as bochechas doerem (quando eu notar isso vou tentar esconder o sorriso, mas ele vai estar ali por quanto tempo quiser, é mais forte que eu). Eu vou te dar abracinhos e me encaixar nos teus braços porque é bom estar ali, vou aproveitar a eternidade finita de cada abraço que vai revelar tanto de nós. Curiosamente, eu não vou saber qual a textura da palma da tua mão porque por te abraçar sempre, nunca te cumprimentei com um aperto de mãos. Eu vou me incomodar com isso e te pedir as mãos, vou explorá-las, comparar tuas linhas com as minhas e acompanhá-las com as pontas dos meus dedos. Vou conferir e me certificar de que minha mão é sim mais macia que a tua e de quebra vou até encontrar alguns calos (nas minhas e nas tuas). Em algum momento eu vou me encantar com o teu cabelo, com a forma que teus fios ornam com o formato do teu rosto caindo suavemente sobre os olhos, me chamando a atenção para as sobrancelhas que desde o primeiro dia, elogiei. Vou reparar no teu nariz e nos teus lábios, sempre avermelhados, e vou lembrar que eu já ansiei (e ainda anseio) um beijo teu. Vou sacudir a cabeça de leve e tentar afastar esse pensamento, mas vou te imaginar sorrir enquanto olha para mim. Vou desviar o olhar para o chão e procurar saúvas, mas não tem saúvas ali. Eu não vou mais olhar pra ti, mas você vai ver meus sorrisos incontidos enquanto brinco com uma folha e vai saber (ou não, você é trouxa) que a causa dos sorrisos é meu pensamento em você. Eu vou me apaixonar imensamente por cada detalhe seu e eu vou me deliciar em te contemplar.
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