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Sobre a zona do nada

Pra falar sobre isso, primeiro a gente precisa falar de um cara: Heidegger. Martin Heidegger. Tem esse cara que disse uma vez que a angústia é a possibilidade plena (já vou avisando que vou falar muuuito sobre isso por aqui). Tudo bem, mas e aí? Calma, vamos criar uma linha de pensamento aqui...

A angústia, ao mesmo tempo em que é possibilidade plena, é a experiência do vazio (faz sentido pra vocês?). E um é que torna possível o outro! Só é experiência do vazio (do nada, da ausência) porque é possibilidade plena (pode tudo ser) e vice-versa. Essa é a mágica!

Existe esse lugar (aí já é viagem minha, o Heidegger não fantasiou tanto assim não). Imaginem uma zona do nada, um lugar onde tudo o que há no mundo está. E tem uma porta na verdade não tem uma porta, mas deixa ela aí que não se fecha, que está sempre aberta. E os entes que habitam esta zona do nada, esse espaço do vazio, são todos os entes que podem, em algum momento, de alguma forma, aparecer no mundo.

Mas sabem o que é mais fantástico disso tudo?! Bom, a zona do nada tem uma porta que não fecha ou nem tem uma porta. E o que isso significa exatamente? Que nada permanece na zona do nada (se fosse assim, que graça teria?), porque o viver é isso: é essa eterna dança entre estes entes que estão na zona do nada e os que estão no mundo. E trocam-se os pares, as posições, muda-se o ritmo, mas a dança não para. E que não pare!

Esse eterno vai e vem, esse eterno poder-ser, as infinitas possibilidades, o ser e, exatamente por isso, ser passageiro (alerta de spoiler do próximo texto) é que torna a vida ampla!

Aqui é esse lugar, a minha zona do nada. Onde tudo que há no mundo habita e onde tudo pode ser. E, bom, essa é a minha tarefa: permitir aos entes que, aqui, nesta relação, mostrem-se a vocês :)

Podem entrar, sair, tirar as coisas do lugar, só tem uma proibição: não fechem a porta, mas não tem porta, Thaís!

Até a próxima, eu mesma!

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