meu corpo pende
eu sou um peso morto
na balança viciada
escorro como lama no capô
do carro em dia de chuva forte
quebra-se o fio da vida
que estica até não poder mais
o corpo que, sem medo
se arrisca, mantendo a prudência
retorna ao primo lugar
um corpo que cai
pelos ombros primeiro
a cabeça alcançando
a coluna de ferro e concreto
e quebrando-lhe então o pescoço
logo atrás caem as pernas
e arrastam o tronco sobre si
não se sabe como chega
ao final do precipício
e nem se tal final há.
Comentários
Postar um comentário